Oncology

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segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Tratando fogachos no câncer de próstata

Este mês no Lancet Oncol. Publicado em dezembro 7, 2009

Venlafaxina, ciproterona, e medroxiprogesterona são eficazes na redução dos fogachos em homens com câncer de próstata tratados com um análogo de GnRH.


Medroxiprogesterona é o tratamento de escolha nos homens que recebem análogos de GnRH para câncer de próstata.

Pequena reflexão sobre o nosso modo de vida

Não há certeza maior de que estamos plantando nosso futuro hoje:
" Um sintoma dos nossos tempos é a perene crise provocada pela estrutura herárquica como sintoma regulador de conflitos, presente tanto na organização social (há séculos) quanto nas relações humanas no trabalho. A solução pela via hierárquica significa a negação do outro. A percepção moderna de que a estrutura em rede - que permite o livre expandir das emoções, a não-subordinação, a não-exclusão ou desqualificação do outro - talvez seja a base da nova democracia porque oferece um sistema de regulação de conflitos regido pela conversação e cooperação e não pela força, autoridade ou poder centralizado(...)a qualidade de vida da coletividade passa a ser mais importante de que a renda per capita, e para se ter qualidade de vida é necessário ser capaz de promover o próprio desenvolvimento de forma sustentável, possível quando se torna utilizável o potencial humano através de boas condições de educação, saúde,


segurança, liberdade. Somente assim é possível produzir e permitir o acesso de todos, dos que virão, a renda e riquezas materiais e imateriais(...)"

Do livro: Oficina do Empreendedor, Fernando Dolabela.

Compartilho texto do amigo Flávio Paiva (FLÁVIO PAIVA foi indicado pela revista Fale! para concorrer ao prêmio os 30 cearenses mais influentes)

COLUNA


Flávio Paiva



Aqueles por quem esperávamos



A experiência humana provavelmente nunca teve um momento tão rico como o que está sendo vivido na atualidade. Não que no passado não tenhamos enfrentado e superado períodos de grandes adversidades e ameaças de destruição. O que diferencia a situação atual das anteriores é o nível de conhecimento que temos da realidade, a capacidade instrumental para promover a reação e a consciência de que boa parte das providências a serem tomadas está em nossas mãos.



O que pode parecer assustador é na verdade o privilégio da identificação do que se passa e de saber o que fazer. O desafio é encontrar a disposição para sair da zona de comodidade e abrir mão de um estilo de vida esgotado e esgotante, para buscar um destino que leve ao equilíbrio e não à catástrofe. Essa inversão de rumos exige que as pessoas e os grupos sociais despertos encontrem pontos comuns e férteis para a semeadura da catálise dos modos de ser e de se comportar em um mundo no qual viver seja mais atraente do que operacionalizar a vida.



Dentro dos esforços de procura por forças que possam revolver paradigmas a partir da convergência de ideais comuns, o livro “Honrar a Criança – como transformar este mundo” (Alana, 2009), organizado pelo músico e compositor canadense Raffi Cavoukian e pela psicóloga estadunidense Sharna Olfman é uma ótima reunião de textos de escritores, executivos, professores, políticos, físicos, pesquisadores, teólogos, psiquiatras, psicólogos, biólogos, pediatras, artistas, ativistas, filósofos e pedagogos, inspirados por um ponto de fuga traçado por Raffi, sob o conceito de “Honrar a Criança”.



Na reflexão do escritor David C. Korten, autor do livro “O mundo pós-corporativo” (Vozes, 2001) encontramos o dilema posto na encruzilhada dos tempos a que chegamos: insistiremos com o modelo competitivo em declínio, baseado na dominação, ou teremos a ousadia de programarmos um modelo cooperativo socioambiental, inspirado na parceria? “A economia e os sistemas políticos imperialistas organizados para servir à riqueza e ao privilégio sem consideração pelas consequências sociais e ambientais estão matando a Terra e destruindo o tecido da civilização”, sentencia Korten (p. 140).



A questão política mais relevante para a migração entre esses dois modelos é, segundo David Korten, o fortalecimento das conexões humanas da família, da comunidade e a determinação de assegurar um futuro positivo para as crianças. Para isso, a sociedade civil deve reforçar em si o verdadeiro centro político do poder público que ela é, e não mais seguir simplesmente e erroneamente igualando democracia aos sistemas eleitorais dominados por grupos de interesses que para si ocupam as instituições governamentais e corporativas.



A mudança proposta por Korten teria que ser capaz de priorizar a liberdade dos pais de amarem e de cuidarem de seus filhos. E isso só é possível com a construção de um consenso de valores, definido por uma sociedade governada pelo interesse coletivo e que coloque a maternidade e a paternidade como o trabalho mais importante de todos os que se imagine existir. Parâmetros assim, somente serão estabelecidos, se conseguirmos assumir o compromisso de desintoxicação e de recuperação da fertilidade do Planeta, em nome da criança e da natureza.



As páginas de “Honrar a Criança” levaram-me à sensação de que precisamos assumir a postura de que, diante da crise social e ecológica vigente, “nós somos aqueles por quem estávamos esperando” (Korten, p. 149). Precisamos nos permitir à tomada de consciência do que representamos para a vida compartilhada em suas interrelações e complementaridades. O ponto em comum que podemos encontrar nas pessoas de todos os lugares e que precisa ser reativado é a busca pelo bem-estar da próxima geração, como “reflexo de nossas necessidades existenciais de vínculo e transcendência”, conforme as palavras de Sharna Olfman (p. 79). De maneira implícita ou explícita, consciente ou inconsciente, todos nós gostaríamos de deixar um mundo melhor para os nossos filhos.



A variedade de olhares, de testemunhos e de demonstrações de crença no futuro, exposta nessa publicação, reforçou em mim a importância da transdisciplinaridade voltada para a valorização da cultura e da cultura da infância que reuni em meu livro “Eu era assim – Infância, Cultura e Consumismo” (Cortez, 2009). Enquanto neste livro eu me vi e me mostrei de dentro para fora, do local para o global, ao ler “Honrar a Criança”, tive a oportunidade de me ver de fora para dentro, da realidade estrangeira para a nacional.



Como os artigos organizados por Raffi Cavoukian e Sharna Olfman foram publicados pela primeira vez há 15 anos, encontrei nessas reflexões muitos dos conceitos que no início da década de 1990 me animaram a pensar, a agir e a escrever sobre visão sistêmica, cidadania orgânica, valorização da infância e sustentabilidade. Essa identificação tornou a leitura de “Honrar a Criança” mais atraente e mais empolgante para mim. Entretanto, esse é um livro que tem muitas janelas e muitas portas que levam à manifestação de pensamentos, relatos de práticas e sinalizações de caminhos com os quais podemos nos identificar simplesmente pelo fator que Korten chama de “terreno comum até mesmo nas questões que nos dividem” (p. 145).



Poucos são os nodos da ética que, em circunstâncias normais, nos aproximam tanto quanto o respeito à infância. Mesmo que a vitória da competição sobre a cooperação tenha embrutecido o mundo adulto a padrões medievais, não há como negar a existência de uma certa compreensão da necessidade de honrar a criança. A teóloga Heather Eaton coloca muito bem em sua fala a urgência de deixarmos de ver as crianças como futuros adultos, mas “como pessoas que manifestam aqui e agora atributos importantes para a sociedade” (p. 117). Essa consciência é um dos primeiros passos para a transformação.



Mary Gordon, perita em educação familiar, trata da questão da empatia, como o “verdadeiro cerne da sociedade civil” (p. 202). Para ela, honrar a criança é apoiar a sua capacidade de construir uma identidade positiva, a partir da “noção de que são indivíduos fortes e carinhosos e inspirar nelas uma visão de cidadania que possa de fato mudar o mundo” (idem). E para desenvolverem um comportamento pró-social as crianças querem que lhes contemos histórias que as tornem humanas, que dêem vida aos seus sentimentos e, como diz a artista e psicóloga Susan Linn, que tenham “o tempo, o espaço e o silêncio disponíveis para suas próprias ideias e imagens” (p.250) em ambientes que possibilitem o desenvolvimento cultural, emocional, social, educativo, cognitivo, moral e espiritual.



As abordagens trabalhadas nas duas dezenas de artigos que compõem o livro “Honrar a Criança” formam a plataforma temática do 3º Fórum Internacional Criança e Consumo, que o Instituto Alana vai realizar em São Paulo de 16 a 18 de março de 2010. Em março de 2006, na fala que fiz por ocasião do 1º Fórum Internacional Criança e Consumo, coloquei, e estou cada vez mais convicto disso, que esse é um tema de grande urgência cultural e de caráter civilizatório, que não está limitado à classe, gênero, crença religiosa ou preferência partidária. É um tema de grande poder de catálise, de grande força agregadora, que se constitui num compromisso geracional. Agora, após ler o livro “Honrar a Criança” eu acrescentaria, recorrendo a Korten: “Aqueles por quem esperávamos, somos nós”.

Se gostou, click abaixo e vote:

http://www.revistafale.com.br/30cearenses.html


www.flaviopaiva.com.br

flaviopaiva@fortalnet.com.br

www.diariodonordeste.com.br

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Apresentação em pôster – novas diretrizes de avaliação de HER2

Apresentação em pôster – novas diretrizes de avaliação de HER2

Em 2007, a Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) e a o Colégio Americano de Patologistas (CAP) publicaram novas diretrizes para o teste da expressão de HER2 no câncer de mama, estabelecendo como critérios de positividade o exame imunohistoquímico 3+ (com coloração de >30% das células tumorais invasivas) ou uma razão >2,2 no teste de FISH (sinais de HER2 em relação aos sinais do cromossomo 17).

Os critérios originalmente utilizados no estudo N9831, que mostrou o benefício da administração concomitante de bevacizumabe e quimioterapia adjuvante, em portadoras de câncer de mama com hiperexpressão de HER2, previam positividade em casos de exame imunohistoquímico 3+ (com coloração de >10% das células tumorais invasivas) ou uma razão ≥2,0 no teste de FISH.

Em pôster apresentado neste sábado (12/12), investigadores analisaram retrospectivamente o impacto das novas diretrizes nos resultados do estudo N9831. Os resultados dessa análise mostraram que apenas uma pequena proporção de pacientes incluídas no estudo N9831 não apresentava HER2+ segundo as novas diretrizes: 3,7% dos casos identificados por imunohistoquímica (IHC); 1,4% dos casos identificados por FISH; 1,7% dos casos identificados por ambos métodos.
Conforme demonstra a tabela abaixo, os autores salientaram que o efeito do bevacizumabe se mostrou similar em pacientes com doença HER2+, independentemente do uso das novas diretrizes ou dos critérios originais do estudo.

Critério de positividade utilizado

Redução do risco de recorrência ou morte*

Nível de significância



IHC 3+ (coloração de >30% das células tumorais invasivas) 41% p;0,0001



IHC 3+ (coloração de >10% das células tumorais invasivas) 42% p;0,001







*Em favor da administração concomitante de bevacizumabe e quimioterapia (AC→T) versus, quimioterapia isolada.

Os autores concluíram a apresentação afirmando que os dados sugerem que a avaliação das candidatas ao tratamento adjuvante com bevacizumabe pode ser baseada nas definições originais de positividade de HER2 (IHC 3+ com coloração de >10% das células tumorais invasivas; ou razão ≥2,0 no teste de FISH).1


Referência bibliográfica: 1. Perez EA, et al. Cancer Res 2009; 69(24): abstract 701.

Confira no link:
http://tesla.tempsite.ws/blog/sanantonio2009/?p=53

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Blog institucional do ICC

Link para o Blog:
http://www.dicasprevencaoesaude-icc.blogspot.com/

Confira novidades de San Antonio

Links ao lado

San Antonio: Lapatinibe + Trastuzumabe.

Combinação de trastuzumabe e lapatinibe promoveu ganho de sobrevida Análise apresentada em San Antonio reforça o papel da combinação após falha do trastuzumabe.


Em comparação com lapatinibe isolado, o tratamento combinado com lapatinibe e trastuzumabe reduziu em 26% o risco de óbito no câncer de mama positivo para HER-2 refratário ao trastuzumabe.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

O "SUS" da Inglaterra decidiu não cobrir BEVACIZUMABE, SORAFENIBE, SUNITINIBE E TENSIROLIMUS.

24 de novembro de 2009 - No Reino Unido, o National Health Service (NHS) que seria o ministério da saúde inglês, responsável pelo SUS de lá,  decidiu não fazer mais 2 medicamentos disponíveis para o tratamento do câncer por causa do custo.
Desta vez, o machado caiu sobre sorafenib (Nexavar) para câncer de fígado e bevacizumab(Avastin) para câncer colorretal metastático.


O uso dessas drogas para essas indicações não é rentável, de acordo com o National Institute for Health and Clinical Excellence (NICE).

Entre outras drogas consideradas não rentáveis estão 4 produtos para o câncer de células renais, o que causou protestos de oncologistas britânicos quando foi anunciado no ano passado. Os 4 medicamentos são bevacizumab, sorafenib, sunitinib (Sutent) e temsirolimus.



A decisão sobre sorafenib, divulgada na semana passada, observou que a estimativa de custo mais baixo foi 52.600 £ por qualidade de vida ajustados (QALY) , que é substancialmente superior ao máximo de 30.000 libras (aproximadamente R$ 84.000 por ano) fixado pelo NICE como "uso custo-efetivo dos recursos do NHS. " Esta decisão, e uma avaliação final, é publicada em detalhes no site da NICE.



Uma decisão semelhante ocorreu esta semana para o uso do bevacizumab em câncer colorretal metastático. Desta vez, o custo da droga foi calculado em £ 36.000 por QALY. No entanto, esta decisão é preliminar, e o fabricante, a Roche, disse que continuará a trabalhar com NICE para tornar a droga disponível. A empresa já oferece um esquema para diminuir o custo do tratamento para uma estimativa de custo inicial de £ 62.000 (R$ 173.600,00) por QALY, segundo a imprensa.



Ambas as decisões geraram manchetes sobre pacientes com câncer tendo negado seu direito de prolongar a vida. Uma crítica veio do proeminente oncologista Karol Sikora, MD, diretor médico da Cancer Parceiros do Reino Unido e um ex-chefe da Organização Mundial da Saúde Cancer Program. Escrevendo no Daily Mail online após o veredito do sorafenib, Ele disse que, "como um oncologista, a presente decisão é desalentadora."



"Os médicos, como eu, agora serão colocados em uma situação horrível", ele escreve.



"É nosso dever ético de dizer aos pacientes que esta droga é uma das formas mais avançadas de lidar com câncer de fígado. Mas então vamos ter que deixar as suas esperanças na mão, explicando que ele não está disponível no NHS", disse ele.



"Isso não é maneira de tratar as pessoas quando elas estão lutando para lidar com uma doença fatal. Sem esperança, o seu dia final será ainda mais angustiante", diz Sikora.



No entanto, existem outras opiniões, como comentários sobre os custos tipo "as vastas quantidades de dinheiro gastas em estender a vida das pessoas que vão morrer", seriam despesas fúteis. Dr. Sikora, diz que os efeitos do sorafenib no câncer de fígado são "impressionantes". Desde que foi introduzido no mercado, ela tem prolongado a vida de pacientes com câncer de fígado por uma média de 3 meses -, mas ele enfatiza que esta é apenas uma média,  alguns pacientes não tiveram nenhum ganho, enquanto outros ganharam 2-3 anos.

Ele também salienta que a decisão britânica sobre sorafenib coloca "irremediavelmente fora de compasso com o resto da Europa", porque todos os outros países da União Européia disponibilizam a droga em sistemas de seguros privados ou estatais.


"Estou absolutamente convicto de que todos os pacientes devem ser tratados de forma igual", diz ele, e "não deve estar sujeita a caprichos da moda política".



Zosia Chustecka não revelou relações financeiras relevantes.
http://www.medscape.com/viewarticle/712971

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Fiquem de olho

PLANOS DE SAÚDE




22 de Outubro de 2009

Intervenção da ANS na Unimed Paulistana: veja resposta da empresa e da agência a questionamento do Idec



A Unimed Paulistana informou que a situação econômico-financeira da empresa está dentro da normalidade, em resposta a questionamento do Idec. Em 21 de setembro a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) divulgou no Diário Oficial da União a Resolução Operacional 707/2009, responsável pela instauração de regime de direção fiscal na empresa.



A direção fiscal é decretada em situações em que a ANS verifica a existência de anormalidades econômicas ou administrativas em uma operadora de plano de saúde.



A resolução a ANS, porém, não apresentou justificativas claras sobre os fatos que levaram à decretação da intervenção. Por esse motivo, em 24 de setembro o Idec notificou a ANS e a Unimed Paulistana, solicitando que fossem disponibilizadas aos consumidores informações mais detalhadas.



Em resposta, a ANS aponta como causa que ensejou a intervenção o fato do ativo da Unimed Paulistana ser inferior ao passivo exigível, ou seja, as dívidas da empresa são maiores do que o patrimônio que esta dispõe para pagá-las. Informa ainda que o principal problema que enseja dívidas é tributário. No plano de recuperação da empresa exigido pela agência teriam sido atendidas todas as suas exigências, "exceto o registro no Balanço Patrimonial referente às obrigações decorrentes de tributos (ISS, PIS e Cofins) não recolhidos em períodos anteriores".



A Unimed Paulistana, por sua vez, enviou ao Idec um parecer contábil da Ibmec (Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais) e outro parecer econômico-financeiro da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). Segundo a empresa e os pareceres enviados, "a situação econômico-financeira da cooperativa encontra-se dentro da normalidade e não houve e não haverá prejuízos para seus usuários e prestadores de serviços". O Idec continua acompanhando a situação.



Permanece a direção fiscal?



Em 8 de outubro a imprensa divulgou que a Justiça concedeu à Unimed Paulistana liminar que garantiu a interrupção da direção fiscal.



A ANS, todavia, informa que a medida liminar apenas determina que a agência analise um recurso administrativo da Unimed Paulistana, e que a direção fiscal continua.

Planos de Saúde: tire suas dúvidas

Em Foco:
Onze anos da Lei de Planos de Saúde
Direitos do consumidor: como resolver os principais problemas? CONFIRA EM: http://www.idec.org.br/rev_idec_texto_online.asp?pagina=2&ordem=2&id=209



As décadas de 80 e 90 foram marcadas não só pela expansão do número de usuários de planos de saúde, como também pelo acirramento dos conflitos entre consumidores e operadoras.
A edição da Lei de Planos de Saúde (Lei 9.656/98) e a criação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) tiveram o objetivo de pôr fim nos conflitos no setor de planos de saúde, mas se pode averiguar que muitos dos problemas anteriores permanecem, e outros passaram a existir. Não é à toa que os planos de saúde permanecem há 9 anos no topo de reclamações recebidas pelo Idec.

O consumidor sabe que os problemas permanecem no setor. Todos que têm planos de saúde passaram por restrições e abusos ou conhecem alguém que passou por isso. São negativas de atendimento, demoras ou negativa de liberação de exame/cirurgia, reajustes abusivos, descredenciamentos de profissionais de saúde, hospitais e laboratórios.

Para lhe esclarecer sobre seus direitos e como efetivá-los, o Idec elaborou um guia com perguntas e respostas sobre os principais problemas que afetam os consumidores de planos de saúde. Além de informações, também estão disponíveis modelos de cartas.
Caso deseje acessar mais informações sobre planos de saúde, acesse o guia Seu plano de saúde: conheça os abusos e armadilhas. Aos associados do Idec também estão disponíveis mais orientações na Autoconsulta.



Perguntas e Respostas

Dada a complexidade do setor de planos de saúde, leia abaixo algumas explicações sobre os principais conceitos e fatores que fazem com que os problemas com planos de saúde variem:



1) Data de contratação do plano

Veja se o seu plano é antigo, novo ou adaptado. Planos antigos são aqueles contratados até 1998. Os planos novos são aqueles comercializados a partir de 2 de janeiro de 1999 e que devem obedecer às regras da Lei 9.656/98. Já os planos adaptados são aqueles firmados antes de 1999 e, depois, adequados às regras da Lei 9.656/98, mediante a assinatura de um novo contrato.



2) Forma de contratação do plano

É chamado de individual/familiar o plano contratado diretamente no mercado por uma única pessoa com ou sem dependentes. O coletivo, por sua vez, é aquele contratado por uma pessoa jurídica em benefício de pessoas físicas a ela vinculadas na condição de empregados, associados ou sindicalizados. Neste caso, existem duas modalidades: plano coletivo empresarial, quando a adesão dos beneficiários é automática; e plano coletivo por adesão, quando os beneficiários fazem a opção de entrar no plano de saúde.



Atenção: falsos planos coletivos

Recentemente as operadoras de planos de saúde passaram a anunciar "planos coletivos" para grupos pequenos, a partir de três pessoas. Essa estratégia representa uma "falsa coletivização", pois consumidores, sob a ilusão de pagarem mais barato, são estimulados a se associar a determinada associação ou sindicato, ou a utilizar qualquer CNPJ (da empresa de um amigo, por exemplo) para fazer um contrato coletivo. Mas isso pode acabar saindo caro, já que esse tipo de contratação foi uma forma encontrada pelas empresas de planos de saúde para fugir da legislação e da fiscalização da ANS. Isso porque os planos coletivos não precisam submeter seus reajustes anuais à ANS e também por achar que podem rescindir os contratos quando bem entendem.



3) Tipo do plano

Verifique no contrato (no caso dos planos novos, após 1998) se o seu plano é referência, aquele que inclui procedimentos ambulatoriais e hospitalares, inclusive obstétricos; se é só ambulatorial; se é só hospitalar sem obstetrícia; ou se é plano hospitalar com obstetrícia. Isso indica o tipo de cobertura que você terá direito.



4) ANS - Agência Nacional de Saúde Suplementar, é responsável pela regulação do setor de planos de saúde. Foi antecedida pelo CONSU - Conselho Nacional de Saúde Suplementar que, em linhas gerais, tinha as mesmas atribuições.




CONFIRA EM:

http://www.idec.org.br/rev_idec_texto_online.asp?pagina=2&ordem=2&id=209

Onze Anos da Lei de Planos de Saúde

confira em:
http://www.idec.org.br/saude/

Algumas verdades sobre alimentos

Soja e câncer de mama




A relação entre a soja e o risco de câncer de mama é complexa, e os resultados de estudos de investigação são conflitantes. Alguns estudos demonstraram que os produtos de soja podem proteger contra o câncer, no entanto, há estudos clínicos que não têm mostrado uma grande proteção. Além disso, alguns estudos sugerem que a soja pode atuar como o hormônio estrogênio, o que causa preocupação para as mulheres com um tipo de câncer de mama que é estimulado pelo estrogênio (chamado de câncer de mama positivo para receptor de estrógeno ). A evidência atual sugere que comer quantidades normais (tais como três porções por dia) de alimentos de soja, como leite de soja e tofu, é improvável que aumente o risco para o câncer de mama crescer ou se espalhar. No entanto, concentrados de isoflavonas (um tipo de estrógeno  encontrado na soja) ou suplementos de soja não são recomendados para mulheres pós-menopáusicas, uma vez que estes produtos podem atuar como estrogênio no corpo.



Licopeno e câncer de próstata



O licopeno é um carotenóide encontrado em produtos de tomate, como molho de tomate, uva rosa, e melancia. Em alguns estudos de homens com câncer de próstata, os resultados sugerem que o licopeno pode reduzir risco de câncer. No entanto, uma relação direta entre a ingestão de licopeno e diminuiççao do risco de câncer de próstata ainda não foi estabelecida consistentemente. Embora haja entusiasmo, mais estudos clínicos são necessários para determinar se o licopeno reduz o risco de câncer de próstata.



Os vegetais crucíferos



A relação entre comer verduras e o risco de câncer tem sido estudado para pulmão, colorretal, e de ovário. Os resultados preliminares sugerem que os vegetais crucíferos (especialmente brócolis) podem reduzir o risco destes tipos de câncer. Uma observação interessante em alguns estudos é que existem diferenças genéticas em pessoas no metabolismo desses vegetais. Estas diferenças parecem afetar o risco. É provável que a genética e os alimentos tenham interações importantes.



Adicionando frutas e vegetais à base de sua dieta


Apesar de alguns grandes ensaios clínicos indicarem alguns alimentos para a prevenção do câncer, não há evidências suficientes para sugerir que a adição de mais frutas e vegetais possa ajudar na cura. Porém, comer frutas e verduras fornece benefícios de saúde adicionais, tais como a redução do risco de doença cardíaca e derrame.



Aqui estão algumas sugestões para ajudar na dieta:



•Cinco a nove porções de frutas e verduras todos os dias. Isso é cerca de duas xícaras de fruta e de 2,5 xícaras de legumes. Adicionar frutas e legumes para os alimentos que você come normalmente e escolher frutas e verduras para lanches.





•Tente novas frutas e verduras, legumes e escolha uma variedade de cores de modo que você obtenha muitos fitoquímicos diferentes em sua dieta.





•Mantenha um registro das frutas e verduras que você come.





•Pergunte ao seu médico ou um nutricionista sobre como incluir mais frutas e vegetais em sua dieta.

Para pacientes III: dicas durante e após o tratamento

Nutrição: recomendações durante e após tratamento


Esta seção foi analisada e aprovada por Cancer.Net Editorial, 11/09





O tratamento do câncer geralmente afeta os hábitos alimentares de uma pessoa e suas necessidades nutricionais. Embora seja importante manter um peso corporal saudável e comer uma dieta nutritiva, pode ser difícil comer os mesmos alimentos que eram habituais antes do tratamento.
Dependendo do tipo de tratamento que a pessoa está recebendo, os efeitos secundários da cirurgia, radioterapia e quimioterapia podem causar perda de peso.



Recomendações nutricionais durante o tratamento



Aqui estão algumas recomendações nutricionais gerais para as pessoas em tratamento.



•Manter um peso saudável. Para muitas pessoas, isso significa evitar a perda de peso, obtendo calorias suficiente em uma base diária. Em pessoas que estão acima do peso, isso pode significar perder algum peso (moderadamente, cerca de um a dois quilos por semana).

•Obter os nutrientes essenciais que o corpo necessita, tais como proteínas, carboidratos, vitaminas, minerais e água.

Formas de obter os nutrientes essenciais e manter um um peso saudável



Aconselhamento dietético pode ajudar pessoas a manter  um peso saudável e obter os nutrientes adequados em sua dieta. Pergunte a sua equipe de cuidados de saúde para um encaminhamento para um nutricionista.

Nutricionistas e outros membros da equipe de saúde podem trabalhar com as pessoas para satisfazer as suas necessidades nutricionais, que, além de aconselhamento dietético, podem incluir:



Os suplementos dietéticos, como o cálcio e multivitaminas





Substitutos de refeições,bebidas e lanches






As sondas





A nutrição parenteral (obtenção de nutrientes para o corpo de uma forma que não através do trato digestivo, por exemplo, por via intravenosa [IV] injeção). Esta estratégia é para aqueles que são excepcionalmente de baixo peso e não estão recebendo alimentação suficiente antes da cirurgia oncológica, ou aqueles cujas vias digestivas não estão funcionando (como em pessoas que tiveram partes do estômago, pâncreas, ou cólon removidas por cirurgia, ou aquelas que se submeterão a tratamentos combinados com quimioterapia e radioterapia).

O uso de suplementos alimentares

Suplementos alimentares (como multivitamínicos) podem ser adequados para pessoas que não são capazes de obter todos os seus nutrientes através dos alimentos. Suplementos alimentares são produtos que têm um ou mais ingredientes alimentares, incluindo vitaminas e minerais. Eles são normalmente tomados por via oral (pela boca) como um comprimido, cápsula, comprimido, líquido ou em pó. Porque altas doses de suplementos específicos podem ser prejudiciais, é importante conversar com seu médico sobre suplementos individuais.



Perguntas para seu médico antes de tomar qualquer suplemento alimentar incluem:



•Quais são os benefícios de tomar este suplemento alimentar?





•Quais são os possíveis efeitos colaterais de tomar este suplemento alimentar?





•Há riscos de tomar este suplemento alimentar?





•Tomar suplementos dietéticos pode interferir no meu tratamento (cirurgia, quimioterapia, radioterapia)?





•Quanto devo tomar e durante quanto tempo?





•Onde posso aprender mais sobre suplementos alimentares?



Segurança alimentar



Pessoas em tratamento precisam estar cientes da segurança alimentar, o tratamento pode enfraquecer o sistema imunológico e levar a uma infecção. Um infecção ocorre quando bactérias, vírus ou fungos (como levedura) invadem o corpo, e o sistema imunológico não é capaz de destruí-los com rapidez suficiente.

Aqui estão algumas dicas básicas de segurança alimentar para reduzir o risco de infecção.



•Lavar as mãos antes e durante a manipulação e preparação de alimentos.





•Manipulação e armazenamento de alimentos de forma adequada.





•Coma alimentos bem cozidos.





•Evite beber bebidas não-pasteurizado (por exemplo, sidra, leite não pasteurizado, cru, e sucos de fruta de procedência duvidosa). Certifique-se de ler os rótulos, os produtos pasteurizados podem ser encontrados em algumas lojas.


Dieta e nutrição após o tratamento



Após o término do tratamento, os cuidados devem incluir o acompanhamento de um risco de recidiva (volta do câncer) ou o desenvolvimento de um segundo câncer. Além disso, pode haver risco aumentado para outras condições de saúde, como doenças cardíacas, diabetes tipo 2, e osteoporose (enfraquecimento dos ossos). Para reduzir o risco de outras doenças, os médicos geralmente recomendam o comum para uma boa saúde, como parar de fumar, manter um peso saudável e ficar fisicamente ativo.
Apesar da maioria das recomendações nutricionais incluirem comer frutas, verduras e cereais integrais, o efeito de fatores específicos da dieta sobre as taxas de sobrevivência não é bem compreendido e está sendo estudado.

Para pacientes II: Dieta e nutrição

Dieta e Nutrição




O efeito da dieta e da nutrição na prevenção do câncer e recorrência (retorno do câncer após o tratamento) é um dos temas mais estudados na medicina. Embora o papel da dieta na doença cardíaca ou diabetes é bastante clara, não é tão clara para o câncer. Os investigadores continuam a aprender sobre vários nutrientes e como afetam o crescimento e o desenvolvimento do câncer.



Nesta seção, as evidências atuais sobre a relação entre dieta e câncer é revista.
Confira em: http://www.cancer.net/patient/All+About+Cancer/Risk+Factors+and+Prevention/Diet+and+Nutrition

Para pacientes

Tudo Sobre Câncer em: http://www.cancer.net/patient/All+About+Cancer



Recém-diagnosticados: Os médicos utilizam diversos testes para diagnosticar o câncer e para determinar quais os tratamentos podem ser os mais eficazes. Alguns dos testes de diagnóstico que são usados incluem exames de imagem, exames cirúrgicos e exames de sangue.



Fatores de Risco e Prevenção: Estima-se que um terço das mortes por câncer podem ser evitados. Saiba mais sobre formas de prevenir e reduzir o risco de câncer, incluindo informações sobre a quimioprofilaxia, o rastreio, a alimentação e nutrição, atividade física, tabaco e controle de peso, com base nas informações do Curriculum ASCO Prevenção do Câncer.



Genética: Genética é o estudo de como os traços e as doenças são herdadas de uma geração para a seguinte. Esta seção fornece informações sobre a genética e câncer, o teste genético e informação genética para os tipos de câncer individual.



Tratamento do câncer: Em geral, o tratamento do câncer depende do tamanho e localização do tumor, se o câncer se espalhou, e o estado de saúde da pessoa. Os tratamentos de câncer mais comuns são a cirurgia, radioterapia e quimioterapia.



Clinical Trials: Informações sobre ensaios clínicos e segurança do paciente, as etapas envolvidas no processo de investigação, questões a colocar para equipe de investigação e links para encontrar ensaios clínicos.



Gerenciando o Custo do Cancer : Encontre informações, ferramentas e recursos para ajudar os pacientes a controlar o impacto financeiro de um diagnóstico de câncer.



Cancer.Net Features: Artigos para fornecer informações mais aprofundadas sobre temas de interesse, bem como informações práticas sobre os cuidados e tratamento do câncer.



Ilustrações : Ilustrações em cores de sites organizados por tipo de câncer. A galeria inclui ilustrações anatômicas e ilustrações dos cânceres por estágio.



Dicionário Médico: Esta seção fornece uma lista de dicionários médicos que definem comum termos médicos.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

CAMED não tem pago honorário da terapia oncológica do câncer de próstata com a droga Zoladex

No entendimento da operadora, pacientes com câncer de próstata que estão em tratamento com Zoladex (goserrelina), não estariam fazendo terapia oncológica, e portanto, não está sendo pago o procedimento correspondente, previsto na CBHPM com o código: 2010429-4.


O que mais surpreendeu, quando da negociação, foi a proposta de se condicionar o pagamento do honorário médico à compra da droga pela própria operadora.

A compra de droga não faz parte das atribuições do médico oncologista clínico, cabe ao gestor essa função.

O cumprimento de um direito adquirido, que é o honorário médico, não pode ser condicionado por negociações comerciais relativas a drogas.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Bate-rebate: Dra Iane

1. Dra Iane, o congresso foi muito elogiado pela organização das palestras, pela inovação através da inscrição por módulos e pelo bom gosto dos eventos sociais. Qual foi a maior dificuldade antes e durante o congresso?


A principal dificuldade foi conseguir trazer o Congresso para Fortaleza; em 30 anos da SBOC, esse foi o primeiro encontro realizado no Nordeste. Após concorrer com grandes capitais como Curitiba, o então presidente da sociedade (Dr Getúlio Segalla) acreditou em nosso potencial e elegeu Fortaleza como sede do XVI Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica. Depois disso, foi só correr para o abraço...

Já durante o evento, a dificuldade era escolher qual das atividades participar, pois contávamos com três salas com excelentes palestras concomitantes, além das salas da psico-oncologia e do Congresso de Enfermagem Oncológica.



2. Em termos de números de inscrições, a meta foi atingida?

Com certeza, tivemos um público recorde de 2592 participantes.



3. Com a experiência acumulada, qual seria seu conselho para quem pretende organizar um evento desta natureza aqui no nordeste?

Primeiro, desista. Brincadeira...


O fundamental é uma comissão organizadora comprometida (não importam quantos) e a divisão das atividades. Essa foi a grande vantagem do nosso Congresso; contamos com a ajuda de grandes pessoas que se responsabilizaram por um tema (ex; Dr Carlos Sampaio organizou o módulo de urologia, Dr Paulo Hoff – módulo gastrointestinal, Dr Carlos Barrios e Dr Artur Katz – módulo de pulmão...).



4. Uma frase para resumir o congresso:


Um congresso ao nível dos nossos colegas oncologistas.


terça-feira, 27 de outubro de 2009

ENTREVISTA SOBRE O CONGRESSO DA SBOC 2009



Drª Iane Pinto Figueiredo Lima 

-Graduação em Medicina pela Universidade Federal do Ceará (2002)

-Residência em Clínica Médica de no Hospital Geral Dr. César Cals (2003 a 2005)

-Residência em Oncologia Clínica no Hospital do Câncer – ICC (2005 a 2007)

-Sócia-Gerente da Quimioclinic Clínica de Quimioterapia

-Membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e da American Society of Clinical Oncology (ASCO)

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Telefone celular aumenta risco de tumor cerebral

Metanálise publicada em revista de neurocirurgia demonstrou aumento do risco para tumores cerebrais, após 10 anos de uso de celular (Surg Neurol. 2009;72:205-214).
Aparentemente, este estudo não acabará com a controvérsia, porém, bate forte nos fabricantes.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Balanço da SBOC Fortaleza.

Em breve entrevista com a Dra Iane, força motriz do Congresso Brasileiro da SBOC, liderança que desponta na oncologia cearense.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Transfusão de Sangue em Testemunhas de Jeová

Artigo importante:

"Alegar um impedimento religioso para a realização de um ato médico é bastante mais frequente do que se imagina. Muitas vezes os pacientes ou seus familiares ficam constrangidos de utilizarem um referencial religioso para orientar a sua tomada de decisão. Algumas denominações religiosas, como, por exemplo, Ciência Cristã e Testemunhas de Jeová, são conhecidas por seus seguidores imporem restrições desta ordem a algumas formas de tratamento.


A questão que envolve a indicação médica de transfusão de sangue em pacientes Testemunha de Jeová é das mais polêmicas e conhecidas. Esta situação envolve um confronto entre um dado objetivo com uma crença, entre um benefício médico e o exercício da autonomia do paciente. Esta situação pode configurar o que hoje é denominado de Não-Consentimento Informado.



A base religiosa que os Testemunhas de Jeová alegam para não permitirem ser transfundidos é obtida em alguns textos contidos na Bíblia.



No livro do Gênesis (9:3-4) está escrito:



"Todo animal movente que está vivo pode servir-vos de alimento. Como no caso da vegetação verde, deveras vos dou tudo. Somente a carne com sua alma - seu sangue - não deveis comer."

No Levítico (17:10) existe outra restrição semelhante:

"Quanto qualquer homem da casa de Israel ou algum residente forasteiro que reside no vosso meio, que comer qualquer espécie de sangue, eu certamente porei minha face contra a alma que comer o sangue, e deveras o deceparei dentre seu povo."

Existe mais uma citação, ainda neste mesmo sentido nos Atos dos Apóstolos (15:19-21).

Já existe uma farta bibliografia a respeito desta questão. A maioria divide-a em duas abordagens básicas: o paciente capaz de decidir moral e legalmente e o paciente incapaz.



O paciente reconhecidamente capaz deve poder exercer a sua autonomia plenamente. Este posicionamento foi utilizado pelo Prof. Diego Gracia, da Universidade Complutense de Madrid/Espanha. O Prof. Gracia utiliza esta situação como paradigmática no exercício da autonomia do indivíduo frente a pressões sociais. O Prof. Dunn ressalta que esta é uma posição corajosa, mesmo que questionável por outras pessoas que não compartilham desta crença.



Para alguns autores, como Genival Veloso de França este posicionamento só é válido enquanto não houver risco de morte iminente associado ao estado do paciente. Nesta situação o médico estaria autorizado a transfundir o paciente, mesmo contra a sua vontade, com base no princípio da Beneficência. O argumento utilizado é o de que a vida é um bem maior, tornando a realização do ato médico um dever prima facie, sobrepujando-se ao anterior que era o de respeitar a autonomia. Este posicionamento tem respaldo, inclusive no Código de Ética Médica.



Artigo 46 - (É vedado ao médico) efetuar qualquer procedimento médico sem o esclarecimento e o consentimento prévios do paciente ou de seu responsável legal, salvo em iminente risco de vida.



Artigo 56 - (É vedado ao médico) desrespeitar o direito do paciente de decidir livremente sobre a execução de práticas diagnósticas ou terapêuticas, salvo e, caso de iminente risco de vida.

O Conselho Federal de Medicina se manifestou, em 26 de setembro de 1980, através de uma resolução no. 1021, especificamente sobre a questão da transfusão de sangue em Testemunhas de Jeová.

A Constituição Brasileira de 1988 propõe a liberdade de crença para todo cidadão. Quando a situação envolve menores de idade ou outros pacientes tidos como incapazes, como por exemplo uma pessoa acidentada inconsciente, a questão ganha outras conotações, pois o papel de proteger o paciente, apesar da vontade expressa de seus responsáveis legais pode ser ampliado. A questão que pode ser levantada no caso de adolescentes é até que ponto eles não podem ser equiparados, desde o ponto de vista estritamente moral, aos adultos, quanto a sua opção religiosa. O Estatuto da Criança e do Adolescente, em seu artigo 17, lhes dá o direito de exercerem sua liberdade de culto, garantindo igualmente o respeito a esta manifestação. Este mesmo Estatuto permite que, em caso de adoção, o menor com doze ou mais anos possa também se manifestar. Por que este consentimento também não pode ser ampliado para esta questão? Muitas vezes as equipes de saúde solicitam à Procuradoria da Infância e Adolescência que busque autorização judicial para a realização do procedimento, através da suspensão temporária do pátrio poder.



A restrição à realização de transfusões de sangue pode gerar no médico uma dificuldade em manter o vínculo adequado com o seu paciente. Ambos tem diferentes perspectivas sobre qual a melhor decisão a ser tomada, caracterizando um conflito entre a autonomia do médico e a do paciente. Uma possível alternativa de resolução deste conflito moral é a de transferir o cuidado do paciente para um médico que respeite esta restrição de procedimento.



Os seguidores desta denominação religiosa - Testemunhas de Jeová - estão muito bem organizados para auxiliarem as equipes de saúde no processo de tomada de decisão. Existem Comissões de Ligação com Hospitais, que são constituídas por pessoas que se dispõem a ir ao hospital prestar assessoria visando o melhor encaminhamento possível ao caso. A Comissão de Ligação de Hospitais dispõe de um cadastro de médicos que pode ser útil em tais situações. "
José Roberto Goldim
http://www.ufrgs.br/bioetica/transfus.htm








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As Testemunhas de Jeová e a questão do sangue. Tatuí, SP: Torre de Vigia, 1977:4-8.

França GV. Comentários ao Código de Ética Médica. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 1994:50-51, 62-63.

Dunn HP. Ethics for doctors, nurses and patients. New York: Alba House, 1994:131-132.

ONCOLOGIA CLÍNICA DO ICC CONTRIBUI EM ESTUDO HISTÓRICO



Denosumab foi superior ao ácido zoledrônico na prevenção de eventos relacionados ao esqueleto.


"Denosumab foi superior ao ácido zoledrônico na prevenção de complicações ósseas relacionadas e atrasou o agravamento da dor óssea", disse o Dr. Stopeck. Também oferece vantagens com menor toxicidade para muitos pacientes, e por isso seria "uma opção de tratamento para pacientes com câncer de mama com metástases ósseas".

Brevemente teremos à disposição, e o ICC acumulou experiência com a droga. Atualmente, temos uma paciente na fase aberta do estudo, com excelente tolerância e livre de eventos ósseos. Link para o artigo:
http://www.medscape.com/viewarticle/709683

Premiação considerada o “Prêmio Nobel da Indústria Farmacêutica” vai para o GLIVEC



No último dia 02.10 o Glivec conquistou mais um prêmio: foi eleito o melhor produto farmacêutico pelo prestigiado Prix Galien USA Award, premiação considerada o “Prêmio Nobel da Indústria Farmacêutica”. Glivec foi reconhecido por ter revolucionado o tratamento da leucemia mielóide crônica, da leucemia linfóide aguda e do tumor estromal gastrintestinal (GIST) com seu modo de ação preciso em células alvo e pela sua influência nas pesquisas de futuros tratamentos para outros tipos de câncer.




“Ser o vencedor de um prêmio tão importante como este é uma grande honra. Antes do Glivec, os médicos oncologistas sonhavam com uma terapia alvo molecular e precisa, mas não acreditavam que isso fosse possível. Agora, quase uma década depois de sua primeira aprovação, Glivec mais do que cumpriu esse papel ", disse David Epstein, CEO e presidente da Novartis Oncologia Global, que representou a Empresa na cerimônia de premiação.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Matéria no jornal Diário do Nordeste




"Casa Vida ganhará ampliação

Pacientes com câncer, oriundos do Interior, encontram ali não apenas um abrigo, mas um espaço de acolhimento




Fortaleza. A falta de unidades de saúde capazes de atender a pacientes com câncer fora da Capital cearense faz com que doentes do Interior e até de fora do Estado busquem o Hospital do Câncer do Ceará (HCC), referência no tratamento e na pesquisa em oncologia no Norte e Nordeste. Muitos deles viajam centenas de quilômetros para serem submetidos a cirurgias e terapias que podem durar várias semanas.



Apesar do desgaste por conta dos efeitos colaterais e da expectativa em ficar ou não curado, os pacientes que não têm família vivendo na Capital ou sem condições de alugar uma moradia encontram na Casa Vida o único local para permanecer durante o tratamento oncológico. Mas para além de um abrigo, os pacientes e acompanhantes têm ali um espaço acolhedor, onde realizam atividades produtivas enquanto enfrentam o desafio de vencer a doença.



A Casa Vida foi criada pela Rede Feminina do Instituto do Câncer do Ceará (ICC), fundada em 1954.O espaço inicial se resumia a uma enfermaria, que recebeu o nome de Enfermaria Carmem Prudente. Com a criação do hospital e a demanda cada vez maior de pacientes vindos de fora de Fortaleza, a enfermaria foi transferida para um imóvel que fica a um quarteirão da unidade e que hoje é conhecida como Casa Vida.



Atualmente, o local tem capacidade para receber até 120 adultos. Próximo dali, foram iniciadas as obras da nova sede da Casa Vida, que devem ampliar o atendimento para 350 pessoas e oferecer um espaço melhor para os pacientes do Hospital do Câncer, tanto para o abrigamento quanto para as atividades complementares a serem realizadas no novo espaço. Também espera-se criar um alojamento exclusivo para crianças.



Única alternativa

No dia em que a reportagem do Diário do Nordeste esteve no local, cerca de 85 pessoas, entre pacientes e acompanhantes, estavam abrigados ali. O agricultor Francisco Melquíades da Silva veio de Jaguaruana para poder tratar um câncer na laringe. Depois da cirurgia para a retirada do tumor, ele terá que passar por sessões de radioterapia por cinco semanas. Apesar de não poder falar por conta da sonda através da qual se alimenta, fez sinal de positivo quando perguntado se estava sendo bem tratado na Casa Vida.



"É a primeira vez que estamos aqui, precisamos vir porque em Jaguaruana não tem esse tipo de tratamento. É claro que não é bom estar longe de casa e da família, num lugar onde a gente não está acostumado, mas fomos muito bem acolhidos aqui", conta Lucenira da Silva, esposa de Melquíades. Ela e a irmã, Maria Letícia Pereira, se revezam nos cuidados do agricultor. Enquanto Lucenira vai passar alguns dias em Jaguaruana para ver como estão as coisas em casa, Letícia fica com o doente. "É que estou com muita saudade da minha filha, que só tem dez anos. Até já chorei aqui com a falta dela".



Na casa com um andar, há o refeitório, dois dormitórios (masculino e feminino), um pequeno escritório e um espaço para recreação e atividades complementares. A ideia é proporcionar aos pacientes e acompanhantes, já fragilizados por conta da doença e da severidade das terapias a que são submetidos, um tratamento humanizado e um acolhimento que alivie, ao máximo, a saudade de casa. Ao todo, além dos oito funcionários contratados, 150 pessoas atuam como voluntárias. O próprio ICC disponibiliza treinamentos periódicos para que a comunidade e a sociedade em geral possam se envolver com o espaço. Segundo a diretora de Responsabilidade Social do ICC, Débora Boni, o principal desafio para a instituição é atender a demanda e manter a sustentabilidade, sem abrir mão da excelência no atendimento. "Só recebemos pacientes encaminhados pelo Hospital do Câncer que não tenham parentes ou condições financeiras para ficar em outro lugar. Mas houve casos em que tivemos que colocar o paciente no sofá da sala enquanto se esperava liberar uma vaga, porque simplesmente ele não tinha outro lugar para ir", revela Débora Boni.



Qualidade prioritária

Com relação à qualidade do serviço, a diretora do ICC afirma que, apesar das dificuldades, buscam fazer mais do que o básico. "Aqui nós procuramos oferecer tudo da melhor qualidade, no atendimento, na alimentação, na limpeza, nas atividades, até porque sabemos que são pessoas muito carentes e ainda com a dificuldade da doença. Mas tudo isso tem um custo, sem falar de coisas que gostaríamos de ofertar e não podemos. Os pacientes com câncer de pele, por exemplo, precisam de protetor solar. Outros doentes precisam de uma complementação alimentar especial, mas não temos como fornecer e as famílias não têm como pagar. Por isso que as doações são muito importantes", pontua.



Ela lembra que houve um caso de uma acompanhante que engordou oito quilos em dois meses porque, segundo ela, nunca tinha tido acesso à tanta comida. "Aqui nós oferecemos seis refeições diárias, e para uma pessoa de origem humilde e com todas as dificuldades que vivia como ela, era inimaginável. No segundo dia ela passou mal de tanto comer, chegava a guardar comida por conta da ansiedade. Tivemos que chamar a assistente social para conversar com ela", recorda.



A Casa Vida aceita doações tanto em dinheiro quanto em alimentos, medicamentos, produtos de limpeza, entre outros. Nas quartas-feiras, um bazar é realizado no estacionamento do Hospital do Câncer e o dinheiro é repassado para a manutenção da casa."
http://www.hospcancer-icc.org.br/2009/sites/hcc/index.php

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Resposta à velha questão do CA 125


Gordon Rustin, MD, professor de oncologia em Mount Vernon Cancer Center, em Hertfordshire, no Reino Unido.
Quem se depara com o aumento isolado do CA 125, no seguimento de mulheres tratadas e em remissão do CA de ovário, vive um dilema: tratar ou aguardar sintomas?
Em junho, no congresso da ASCO, foi apresentado estudo que demonstra falta de benefício em sobrevida e pior qualidade de vida quando foi iniciada quimioterapia precoce. O estudo colocou em dúvida o seguimento através do marcador. Fica o questionamento: devemos parar de solicitar CA 125 no follow-up? Confira o artigo:

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Criado grupo de estudos em tumores urológicos

No mês de setembro, foi criado o GETUC (GRUPO DE ESTUDOS EM TUMORES UROLÓGICOS DO CEARÁ), congregando urologistas, oncologistas clínicos, radioterapêutas e patologistas. Na coordenação, Dr Alberto Pereira, oncologista clínico do Hospital do Câncer do Ceará. Para maiores informações, fica aqui o email do Dr Alberto: albertopsilva72@hotmail.com

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Remoção cirúrgica do primário em Ca de mama metastático, novas evidências.




21 de setembro de 2009 (Berlim, Alemanha) - A remoção cirúrgica do tumor primário em pacientes com câncer de mama metastático - que não é prática padrão atualmente - pode melhorar bastante a sobrevida.


"A remoção do tumor primário foi associado com uma redução de 40% na mortalidade", disse o autor do estudo Jetske Ruiterkamp, MD, um residente de cirurgia no Hospital Jeroen Bosch em Den Bosch, na Holanda.
A sobrevida mediana dos pacientes que se submeteram a cirurgia foi substancialmente maior do que aqueles que não (31 meses vs 14 meses). "As taxas de sobrevida aos 5 anos foram de 24,5% para os pacientes que tiveram seu tumor removido, em comparação com 13,1% para aqueles que não fizeram", explicou o Dr. Ruiterkamp. Esta diferença foi altamente significativa (P<.0001).


Confira mais no link:


Cetuximab melhora sobrevida em pacientes com NSCLC, Metanálise Confirma




23 de setembro de 2009 (Berlim, Alemanha)
O cetuximab (Erbitux) Combinado com quimioterapia aumenta a sobrevida em pacientes com câncer de pulmão não pequenas células (NSCLC). Os resultados da metanálise, que foram relatados aqui no ESMO 2009, reforçam que existe um papel para o Erbitux no NSCLC, falta ainda refinar um pouco, selecionando quais pacientes seriam mais beneficiados. Outra vantagem vem sendo a inclusão de pacientes com CEC. Confira o link:
http://www.medscape.com/viewarticle/709383

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Interesse particular:

Estou particularmente interessado:
"Sarcoma: Soft Tissue
and Bone
Wednesday 23 September 2009"

A razão é simples: dificuldade em obter avanços neste tema

COBERTURA DO CONGRESSO DA ESMO 2009, COM FOTOS

VISITE A PÁGINA OFICIAL DO EVENTO, particularmente o link abaixo, do programa. Faça seu comentário, sua pergunta, que estaremos conferindo e postando para você!
http://www.esmo.org/events/berlin-2009-congress/program.html

Cobertura do Congresso da ESMO 2009






Estaremos acompanhando o congresso da European Society for Medical Oncology (ESMO 2009) em Berlim de 20 a 24 de setembro. Agradecemos o convite da Merck, faremos postagens ao vivo.
Confira!

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Cobertura do simpósio do Hospital Sírio-Libanês

Você pode acompanhar o simpósio do Hospital Sírio-Libanês, através de nossa cobertura exclusiva no "Oncoblog, a oncologia cearense em evidência" ; confira no link abaixo:

http://oncoblogfortaleza.blogspot.com/

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Cobertura do Simpósio Câncer de Pulmão: Avanços e Controvérsias


É com grande satisfação que informamos a cobertura do simpósio internacional sobre câncer de pulmão do Hospital Sírio-Libanês. Agradecemos o convite da lilly e estaremos postando direto do evento. Anteciparemos os debates mais palpitantes e entrevistas exclusivas, confiram!

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Nanopartículas de Ouro X Câncer de pulmão


Pesquisadores de Israel publicaram no periódico Nature Nanotechnology , artigo interessante sobre diagnóstico de câncer de pulmão, através do ar expirado. Segundo o estudo, um sensor feito de nanopartículas de ouro, poderia distinguir através da respiração, indivíduos saudáveis dos portadores de câncer.

Na ediçãoão de 30 de agosto, na Nature Nanotechnology. Os pesquisadores foram capazes de identificar 42 biomarcadores de câncer de pulmão usando microextração em fase sólida e cromatografia gasosa / espectrometria de massa. Foram selecionamos 5 biomarcadores voláteis, que podem ser usados para "calibrar" o conjunto de sensores, simulando a respiração saudável e a respiração com câncer de pulmão, segundo o autor do estudo Hossam Haick, PhD, professor da Berrie Russell Nanotechnology Institute, Technion-Israel Institute of Technology, Haifa.

Estes resultados trazem esperança para um teste que faça diagnóstico precoce o bastante, rápido, fácil e custo-efetivo, que sirva para o rastreio do câncer do pulmão. "Os dispositivos desenvolvidos deverão ser relativamente baratos, portáteis e passíveis de utilização no rastreio generalizado, tornando-os potencialmente valiosos para salvar milhões de vidas a cada ano." Explicou o Dr Haick.
Link do medscape: http://www.medscape.com/viewarticle/708428

XVI Congresso da Sociedade Brasileira de Oncologia Clinica e TECA


Faltando apenas 1 mês para o início do maior congresso já realizado pela SBOC.

Traremos em breve, uma entrevista com o presidente do congresso: Dr Gothardo.

Confira a página oficial para maiores informações sobre o congresso e a prova de título de especialista em cancerologia/cancerologia clínica:

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Filme interessante contará a história do Dr Dennis Slamon



Deve chegar às locadoras em setembro, o filme que conta a história real do Dr Dennis Slamon. O mesmo que passou 12 anos trabalhando na pesquisa do trastuzumabe.


O título do filme: Uma chance para viver (Living Proof).
O artigo germinal:
Human breast cancer: correlation of relapse and survival with amplification of the HER-2/neu oncogene
DJ Slamon, GM Clark, SG Wong, WJ Levin, A Ullrich, and WL McGuire
Science, Vol 235, Issue 4785, 177-182Copyright © 1987 by American Association for the Advancement of Science

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

QT de manutenção para CA de Ovário: mais um estudo negativo

O estudo de fase III : after-6 Protocol 1 , publicado em 24/08/09 no Journal of Clinical Oncology , randomizou 200 pacientes para responder à pergunta: após resposta clínica ou patológica completa, vale a pena adicionar 06 ciclos de paclitaxel, como manutençaõ/consolidação? Aparentemente, não.Como em estudos anteriores, não houve incremento em sobrevida global, nem mesmo livre de progressão (JCO Aug 24 2009: doi:10.1200/JCO.2009.21.9691)http://jco.ascopubs.org/cgi/content/abstract/JCO.2009.21.9691v1 .
Os dois estudos anteriores de maior relevância, foram publicados também no JCO. O primeiro, em 2003, SWOG/GOG : http://jco.ascopubs.org/cgi/content/abstract/21/13/2460 (J Clin Oncol. 2003;21:2460-2465).
Neste estudo foi observado aumento da sobrevida livre de progressão, em 7 meses, às custas de 12 meses de manutenção; porém, foi fechado, e os dados de sobrevida global foram negativos.
O outro estudo, que como o atual, é de um grupo italiano, conhecido como MITO-1, foi publicado em 2004 no JCO: http://jco.ascopubs.org/cgi/content/abstract/22/13/2635. Explorou consilidação/manutenção com 4 ciclos de topotecano e também foi negativo.
A mensagem é que a estratégia permanece investigacional, com apenas o estudo do Dr Markman (J Clin Oncol. 2003;21:2460-2465), dando suporte.

Alessandro Lima
Oncologista Clínico do Hospital do Câncer do Ceará

Avaliando um artigo científico.

Leia no medscape: http://www.medscape.com/viewarticle/706399?src=mp&spon=7&uac=18502HJ
artigo importante dá dicas de como ter uma leitura crítica da literatura médica disponível.
Não se limite a ler as conclusões.
Algo que me intriga: como uma metanálise poderá ser positiva para sobrevida global, se todos os estudos individuais forem negativos?Com a palavra, Dr Markus.
DR MARKUS RESPONDE:
Existem duas possibilidades de uma investigação resultar em uma falsa resposta à pergunta de pesquisa: os erros estatísticos tipo I (alfa) e tipo II (Beta).
O erro alfa é definido como a situação em que resultados positivos são encontrados ao acaso, ou seja, sem que haja realmente associação entre as variáveis dependente e independente. A margem de erro alfa aceita é padronizada em 5% (por isso o valor de significância de p <0,05) para aceitar um resultado como positivo.
O erro Beta é definido como a situação em que existe uma associação verdadeira entra as variáveis, mas o seu experimento/ estudo foi incapaz de detectar. Isso é frequentemente observado quando o número de eventos de desfecho do estudo foi insuficiente. O erro Beta aceitável em um bom estudo clínico é de 10 - 20 % (sendo o poder estatístico de 80-90%) conferindo ao estudo a capacidade de detectar uma diferença real, caso se confirme a expectativa de diferença prevista no seu desenho.
Quando isso acontece, se diz que a amostra foi insuficiente. O Intervalo de confiança 95% (IC 95%) acaba se tornando muito largo e ultrapassa a significância estatística.
Numa metanálise, vários estudos sáo vistos em conjunto para uma mesma pergunta. Seus desfechos sáo somados, com redução da margem de erro Beta eestreitamento do intervalo de confiança 95%, de maneira que a significància estatística,antes não atingida, passa a ser encontrada.
Algumas metanálises de adjuvância em CA Gástrico e Ca de pulmão são exemplos ilustrativos desta situação.
Um abraço
Markus

NOVO BLOG, MAIS COMPLETO, MAIS VERSÁTIL

O Blog anterior estava muito difícil de administrar, tinha poucos recursos, porém foi um bom projeto piloto. Estarei importando as postgens que ficaram legais...não deixem de conferir!