Oncology

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quinta-feira, 18 de março de 2010

Notícia do "Nibs & Mabs": Trastuzumabe na neoadjuvância

Trastuzumabe neoadjuvante no câncer de mama localmente avançado Resultados definitivos do estudo NOAH foram publicados no Lancet Take-home message


A adição do trastuzumabe à quimioterapia (QT) neoadjuvante, seguida de trastuzumabe adjuvante, promoveu melhoria significativa da sobrevida livre de eventos (SLE) em pacientes com doença positiva para HER-2, com bom perfil de tolerabilidade.

Fase do Estudo

III.

Objetivo

Avaliar a eficácia da adição do trastuzumabe à QT neoadjuvante. O endpoint primário foi a SLE, definida como o tempo entre a randomização e a recorrência/progressão da doença ou morte por qualquer causa.

População/casuística

235 pacientes com doença localmente avançada ou tumores inflamatórios, bem como uma coorte observacional de 99 pacientes com neoplasia negativa para HER-2.

Desenho do estudo/intervenção

Pacientes com doença positiva para HER-2 foram randomizadas para receber QT isolada (N=118) ou combinada ao trastuzumabe (N=117); neste segundo grupo, a QT foi seguida de trastuzumabe adjuvante. O regime de QT consistiu em 3 ciclos de doxorrubicina (60 mg/m²) e paclitaxel (150 mg/m²) a cada 3 semanas, 4 ciclos de paclitaxel (175 mg/m²) a cada 3 semanas, e 3 ciclos do regime CMF injetável (D1 e 8) a cada 4 semanas. O trastuzumabe foi administrado na dose de ataque de 8 mg/Kg, seguida da dose de 6 mg/Kg a cada 3 semanas por 1 ano.

Resultados

Em pacientes com doença positiva para HER-2, a SLE aos 3 anos foi estimada em 71% no grupo que recebeu trastuzumabe e em 56% no grupo que não recebeu o anticorpo. O hazard ratio para SLE foi de 0,59 (P=0,013), correspondendo a uma redução de 41% no risco de recorrência, progressão ou morte com a adição do trastuzumabe. Os benefícios do trastuzumabe foram observados em todos os subgrupos analisados, incluindo pacientes com tumores inflamatórios. De modo geral, esse anticorpo apresentou um bom perfil de tolerabilidade, tendo sido reportados somente dois casos de insuficiência cardíaca, apesar da administração concomitante da doxorrubicina.

O estudo em perspectiva

Os resultados confirmam que a adição do trastuzumabe à QT neoadjuvante promove melhoria significativa dos resultados terapêuticos. Outros benefícios em termos de eficácia, incluindo aumento da taxa de resposta, já haviam sido mostrados em uma análise anterior do estudo NOAH. Em conjunto com os resultados de segurança satisfatórios, esses dados sugerem que, além do seu uso em adjuvância, o trastuzumabe deve ser considerado para o tratamento neoadjuvante de pacientes com câncer de mama localmente avançado ou inflamatório, positivo para HER-2, conforme sugerido inicialmente pelo grupo do M. D. Anderson Cancer Center em doença operável.

Referência

Gianni L, Eiermann W, Semiglazov V. Neoadjuvant chemotherapy with trastuzumab followed by adjuvant trastuzumab versus neoadjuvant chemotherapy alone, in patients with HER2-positive locally advanced breast cancer (the NOAH trial): a randomised controlled superiority trial with a parallel HER2-negative cohort. Lancet 2010;375:377-84.

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