Oncology

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quarta-feira, 24 de março de 2010

As dificuldades dos planos de saúde nos EUA. No futuro estaremos com os mesmos problemas. Lições americanas e a reforma do Obama.

Na relação paciente-provedor existe um problema de risco moral. O provimento destes serviços através do seguro pleno cria incentivos à sobre-utilização dos serviços médicos pelos pacientes, pois, neste caso, o custo marginal do serviço demandado é zero.

Os indivíduos não possuem incentivos para racionalizar a escolha e uso de provedores,

determinando excesso de utilização dos serviços médicos. A seguradora incorpora este

comportamento dos indivíduos ao realizar o cálculo dos gastos esperados o que determina

elevação dos prêmios de risco.

Para minorar a sobre-utilização de serviços por parte dos provedores, as seguradoras

tradicionalmente determinam sistemas de divisão de custos com os segurados. Os principais

mecanismos utilizados são franquias, limites de dispêndio, co-pagamentos e co-seguros.

Estes mecanismos serão descritos com maiores detalhes na próxima seção.

Os incentivos à sobre-utilização de serviços de atenção à saúde estão também

presentes na relação contratual entre a seguradora e o provedor. No sistema tradicional o

provedor é reembolsado segundo volume de procedimentos realizados. Esta relação

contratual determina um problema de risco moral pois os provedores têm incentivo a

determinar maior demanda por serviços de saúde. Este incentivo está associado ao

reembolso direto, vinculado ao volume de serviços prestados, e à possibilidade de auferir

rendimento indireto decorrente do maior volume de encaminhamentos. Este rendimento

indireto pode ser: gratificação por encaminhamentos laboratoriais, desconto no aluguel de

equipamento durável, gratificação por maior número de internações ou relação financeira

entre o provedor e a instituição que realiza os procedimentos de encaminhamento. Outro

fator explicativo da sobre-utilização de serviços pelos provedores é a tentativa de minimizar
 
a incerteza dos diagnósticos. Procedimentos errôneos podem ocasionar danos à reputação


do médico ou gastos com processos judiciais, gerando perda de utilidade aos provedores.

O problema de risco moral existente nas relações contratuais paciente-provedor e

seguradora-provedor determinam maior volume de utilização dos serviços de saúde. Esta

sobre-utilização é incorporada pela seguradora no cálculo dos gastos esperados

determinando elevação do valor do prêmio de risco e consequentemente dos gastos totais

com saúde.
 
Confira artigo completo:
http://virtualbib.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/436/1231.pdf?sequence=1

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